Estreou em 2015
Em uma sociedade onde riquezas não são e não deveriam ser quantificadas apenas sobre bens materias, quando oportunidades e direitos fundamentais são negados e destruídos, a percepção sobre esse contexto necessitaria parecer tão violento como de fato é. “O que se Rouba” surge como desejo de discussão para dar corpo e ser “voz”/“grito”sobre um assunto que afeta grande parte das pessoas marginalidas. Espetáculo chama atenção para maneiras silenciosas e poderosas, pelas quais muitas vezes a sociedade de maneira sútil nega ou dificulta o acesso e a permanencia para o que é essencial e caminho de avanço para se construir. Para este trabalho o diretor Márcio Greyk coloca o elenco em uma composição coreografica, corporalmente forte, acessando um estado intenso e presente, assumindo uma autoria sobre a maneira de ocupar a cena. “O que se rouba” trata das contínuas subtrações em suas mais variadas formas, ampliadas para além de bens materiais. Expõe questionamentos, inquietações e reflexões a cerca do roubo imaterial, certamente escamoteações concretas e de reverberações tão “violentas” quanto qualquer furto, seja ele o da vida, dos sonhos, do direito a igualdade, do desenvolvimento da pessoa, do possível… Quando a sociedade diz ao indivíduo onde precisa chegar, mas não apresenta condições e recursos para que este possa alcançar. É desse roubo da possibilidade de ser e se construir que o espetáculo aborda.
Arquivo com todas as informações sobre o espetáculo.